terça-feira, 6 de janeiro de 2009

C[éu]~

[...]
Eles falavam sobre o Céu.
Ele dizia que as cores do Céu determinavam o seu estado – fugaz. Sempre.
Eles falavam embaixo do Céu. Quase sempre.
Quando não, davam-se as mãos, fechavam os olhos e voavam.
Do céu. Além.
Em cima, sem titubear, ele perguntou qual era a cor do seu Céu naquele dia.
O dia ainda não havia acabado.
O Céu para ela já tinha sido azul, da cor do breu e sem cor.
Ela não tinha Céu. Ao menos era esse o seu presságio.
Dissiparam-se nos comentários sobre cores. Vãos.
Felonia ou mero impulso, ela se jogou ao chão.
Desta feita ele não entendeu. Não era de o seu feitio entender.
Ele não tinha razão.
Ela tinha um Céu.
Mas tinha um chão – de todas as cores que o Céu pudera ter.
Ele a içou.
Ela o soltou; se jogou.
E caiu.
O Céu era enevoado, nem cor mais possuía.
Era da cor do chão. Só isso ela via. Só isso o Céu refletia.
Ele abriu mão do Céu. Abriu as mãos no Céu.
Caiu.
Junto dela estava ele.
As cores estavam em cima.
Mas a cor, aquela cor, estava embaixo.

...


"E que meu Céu não tenha todos os dias a mesma cor."

2 comentários:

Vai dizendo... haha ;D