domingo, 2 de agosto de 2009


As coisas não são assim, como sonho.
Mas meus sonhos são assim, como sou.
-
A vida é, e somente é, fases.
Então por que se prolongar?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

0405/07/2009


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Feliz mesmo é pensar que o dia não tem apenas 24 horas.



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domingo, 5 de abril de 2009

.Pés,o

O peso nos toma decisões.
Decisões, às vezes, são pesadas demais.
Nem sempre a vida é escolha.
E não estranhe minha estranheza.
Eu sou do tipo que compra um livro apenas pelo cheiro de algumas centenas de páginas amareladas.


Paixão é poesia - paixão passa, poesia não.

domingo, 29 de março de 2009

Uma pensamento sobre relações:

... a gente também aprende que o que importa não é ser eterno.
O que importa é ser intenso.
O tempo é algo bem pessoal.

De forma eterna
E terna.
_disse a ele.

domingo, 1 de março de 2009

Sem inspiração, um poeta apenas inspira
É missão do poeta expirar
E não é que eu seja poeta
Mas minha inspiração não mais respira
Por enquanto, estou sem fôlego.

"Eu já posso comer, dormir e não pensar."

sábado, 21 de fevereiro de 2009

sem cores.

Menos a cada dia.
A cada dia me sinto mais.
É triste saber que algumas pessoas estão diminuindo.
É triste ser diminuído por algumas pessoas.
Mas entre tristezas e tristezas, existem trocas altamente lucrativas.

p.s.: foi só um grito de ex-dor.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Gelo queima!.
Congela.
Der
re
te.
C-o-r-r-ó-i.
Gelo diz contradizendo-se.
De qualquer forma é gelo.
Se não formar, não foi.

Só l

-
E o sol tem dormido bastante atrás das nuvens.
Tá tudo escuro por aqui, Dorminhoco.
-

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

ache~

Eu ando vomitando pra ver se consigo tirar você de dentro de mim.
Esse sabor é bem amargo.
Costuma queimar.
E dói.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Retalhos~

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_O fato é que você ouve isso de muita gente. Por isso acaba tornando-se tudo muito comum e desigual. Quem sabe, igual demais. Mas eu te amo da minha forma, e como poucos, talvez.
-
-
-
_O fato é que muita gente usa o verbo como uma expressão cotidiana. Normal. Igual. Desigual. Eu te amo de uma forma anormal.
-


"Disseram, então."

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

-



Defenestrando meus antigos modos e costumes.

Tentando adaptar uma maneira a mim


Novo momento, novo percurso.

Um objetivo.

Espera do fim.


-

Recomeçar~


Hoje não tem nada pra amanhã.
Além de expectativas e vontades.
Além de medos e dúvidas.
Além da espera.
Além, haverá alguma coisa se formando em algum lugar.
Mas são só rascunhos - inacabados.
Vou dormir, agora.
Criando a vida das minhas certezas.
Esperando o suicídio.
A certeza, daquelas certezas.


"Falta muito pouco tempo pra esse tempo acabar."

Acréscimos.


Ela é madura.
Mas não deixa de ser uma garota de quinze anos.
E garotas de quinze anos crescem ou param.
Ela continua crescendo.
Demasiadamente.
Às vezes sinto-a pisando sobre mim, com seu salto fino, o primeiro.
A cada dia um plano, a cada dia mais.
Mais de mim e mais dela.
Eu não conheço o ingrediente que a compõe.
Mas ela tem um sabor agridoce.
Dose de água e álcool numa garota de quinze anos.
Chão e céu.
Fuga. Fogo.
Mas ela é.
Tem quinze anos e já é.
Será?



"Palavras de um estado até outro estado; se mostram"

foto: Vale.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

[Completo]~


A hora é boa, mas o tempo é curto.
O tempo é mesmo avesso ao que de bom, a nós, parece ser.
Hoje é dia de despedida.
Ontem foi uma noite de segredos.
Segredos dos outros que agora são meus.
As visitas serão menos frequentes.
As palavras serão as que conheço há tempos: de tinta e suor.
Mas minha necessidade continua.
Vez ou outra eu volto.
E quando eu voltar, espero você por aqui.
Segurando a minha mão, a lembrar de um tempo que, deveria, mas não se atrasou.


"O mesmo tempo num outro momento;
a mesma pessoa num outro estado;
os mesmos e a mesma dúvida;
a mesma interrogação."

domingo, 1 de fevereiro de 2009

t[ermos]~


As palavras descansam no meu colo.
E enquanto cochilo, sinto palavras de carinho a me fazer cafuné.
O dia sorriu.
Mas já é noite.



"Enquanto viver, serei mudança."

sábado, 31 de janeiro de 2009

Diá[ri]o~


Sei que água salgada, um mundo de areia e uns poucos e bons amigos resultam em bons sorrisos salgados, intensos. Mesmo estando longe de um nome que, na verdade, não existe continuo me sentindo próximo e próximo, vejo-o cada vez mais longe e longe. No meu all star, no meu pulso, na minha parede está pregado um nome. Um nome que eu ando desistindo de saber a quem pertence. A quem pertenço? E de cima, posso ver as luzes amarelas que me tomam o meu nome e me mostram outros nomes. Mas quando as luzes se apagarem será outro dia no mesmo dia. Diferente. E é só isso que sei.



"Minha memória é fraca, só por isso escrevo."

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

hah[ah!]a~


Colei uma mentira na porta da geladeira, serrei meu sono e ele não pôde meus olhos cerrar. Joguei uns trapos numa mala vazia e saí caminhando, tentando preencher o vazio que fazia trapos de mim. Depois saí cantarolando, enquanto os pneus rolavam ininterruptamente, me levando até onde minha vontade decidia. E agora é aqui. Agora. Na linha do horizonte, vendo o céu e o mar. A sentir uma brisa movendo os meus olhos para um lugar que vejo blocos de concreto sustentarem nuvens que livremente parecem dançar.



"A sua voz me cansa, mas preciso [e quero] você por aqui."
foto: S. Rodrigues

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Inconcl[uso]~

Acredito que, com o tempo, criamos as respostas que achamos menos absurdas e que se adequam mais às nossas necessidades. As pessoas gostam de se sentir seguras, longe dos seus medos e possíveis frustrações. E sendo cada pessoa dona de seu próprio mundo, passam a criar pilares de apoio e tetos para seu abrigo. É muito ruim se sentir só. Sem ninguém. Ao menos a maioria das pessoas acha ruim. E já que os humanos têm uma estranha mania de em algum momento ser decepção, resta apenas recorrer ao que não é carne, osso ou matéria. O que não podemos ver ou tocar, fica mais isento de questionamento ou desilusão. O fato é que quando se está só e não se pode para ninguém gritar, a solução é inventar o que mais pode trazer tranquilidade. O ser humano é bom nisso. É criativo, inventa, quando quer, o que quiser...


"Es[crê?]Vendo."

~[]

Daqui a pouco é inverno.
E tudo fica muito frio.
Com o tempo, sente-se muito frio.
Fica-se frio.
A estação tem um final.
Espera-se que os planos não passem de gotas de água.
Congeladas.
"As palavras que não passam de palavras."

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aos m[eu]s~


A vida tem um estranha mania de levar para longe aqueles a quem a gente quer tão bem. Ainda não entendo se ela quer ensinar alguma coisa; o que quer ensinar, afinal insiste nessa idéia de ser professora. Não sei se ensinar a viver mais por si só, ou ensinar a ser menos dependente. A verdade é que eu não sei. Às vezes, eu acho que a vida gosta mesmo é de castigar. Tirar de perto os que perto sempre estão, estavam. A distância distancia, é fato - quase sempre. Mas quem está no interior, pode ir até para a capital. Todavia sempre estará no interior. No interior que é de todos e no interior que é de cada um. Assim acontece com aqueles que nesse momento foram, mas que para sempre estarão - aqui.



"E quanto tempo demora pra ver todo mundo outra vez?"

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

meni[nice]~



É tudo muito pudico nessa fase pueril. As coisas simples são grandes e essenciais. Os medos são apenas arrepios. Fugazes. E apesar do pequeno tamanho, elas são assustadoramente gigantes – por dentro. Quando se é criança é tão fácil voar, tão barato. Paga-se apenas vinte e cinco centavos a um homem que grita “Olha o algodão doce!”, e você vai até o céu. E sem perceber, tudo ganha cor e sabor – sua língua é rósea, e seus dedos são doces.



“Os preços variam de acordo com o tempo, o lugar.”

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Desu[só]~


As palavras são poucas.
Mas as idéias são muitas.
As vontades são infindas.
Mas os impulsos são ínfimos.
Os gritos são ensurdecedores.
Mas o silêncio é demasia.
O momento é confuso.
Mas o tempo deixa tudo.
Obsoleto.



“Presença do meu presente – um presente.”

domingo, 25 de janeiro de 2009

[Lá]nçar~

E, às vezes, agitado é ficar quieto no lugar. Sair visitando todos os lugares que desejar, sem mover um músculo sequer. Respirar emoção e fantasia, inalando segundos de fixação. Fixar-se nos seus desejos e ser o que quiser, ao menos por fugazes momentos. Jogar os seus medos ao léu, e expor seus segredos sem dizer uma palavra. Deixar de ser prolixidade e ser apenas resumo, junto daqueles cujos sorrisos compartilhados me fazem tão bem. E enquanto vivo o meu presente, vou delineando o meu passado com tinta azul e um pedaço de papel, alimentando o meu futuro com futuras recordações de uma idade que é só alegria, poesia e pés que não param no chão.


“E tem sido o mais próximo de mim.”

sábado, 24 de janeiro de 2009

Explo[são]~

Então eu decidi fantasiar as minhas vontades. E hoje eu quero ser objeto. E já que “saco vazio não pára em pé”, quero agora é flutuar. Desprender-me desse meu chão que me faz hipócrita. Deixar de ser subterfúgio. Falar e ser, por alguns minutos, apenas verdade. A minha verdade, que pode não ser a sua. Correr para longe, bem longe das futilidades, que me fazem mal. Esquivar-me dos indubitáveis princípios que só valorizam a ética e a moral de quem quer ser só mais um número benquisto aos olhos da maior parte. E que eu me desligue do que é feio ou bonito pelo veredicto da maioria. Eu quero é ser um só. E não pretendo ser só teoria. Desligo-me porque isso pode ser contagioso. E não acho bonito vomitar na frente do espelho.



“Fatos e fatores me levam até um ponto que eu desconheço o final.”

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

sin[o]pse~

E meus dias têm sido dias de espera.
Ontem eu esperei por hoje.
Hoje eu tenho que esperar por um dia – que eu não sei quando será.
E esperar não me dá prazer.
Mas tenho preferido assim.
O amanhã que, com certeza não será amanhã, me dá medo.
Ações e reações podem custar noites em claro.
Lágrimas ou sorrisos a fio.
Resta-me só a esperança de um ponto – que pode não ser final.
Agora vou esperar.
Porque nisso aprendi a ser bom – demais.




“Todo mundo espera que, em algum momento, haja esperança.”

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ac[aba]ndo~


Hoje eu pintei o papel com a água da chuva. Acabei por rasgá-lo. Tentei, com grãos de areia, fixar pensamentos que me eram visitantes. Acabei num devaneio, pois o vento fez dos meus pensamentos poeira. A verdade é que eu procurava algo muito sólido, ou um líquido que pudesse me tocar. Mas resolvi então, escrever com o cheiro da terra molhada. Rasguei o papel e inalei a fragrância, que era terra e água invisíveis. Acabei por descobrir, que hoje, não era eu quem brincava de escrever. Dentro de mim, corriam livremente, grãos de areia e gotas de água brincando com uma palavras - as que eu não pude dizer.


"Eu gosto de escrever no limbo porque lá nem todo mundo pode chegar."

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

in[útil]idades~

Quando não se tem nada pra falar.
Não se fala nada.

Mas em todo mundo, há uma necessidade de preencher lugares vazios.
Cada passo, preenche um espaço.
Eu não consigo escrever branco em brancos papéis.
É inútil.
Eu gosto de coisas inúteis.
Mas cores me são muito mais atraentes.
E hoje, essa é minha última cor.
Até que eu novamente acorde para tomar café, junto dos primeiros raios do Sol.



"Quando não se tem nada pra falar. Não se fala[...]"

Antigu[idades]~ sem trema ¬¬'

Estou no Sul! De um tempo pra cá, vivo no Sul. Aprisionado no meu passado, que agora é meu presente. Às vezes eu acredito que a maior dor que morte a traz, não é a lembrança do passado. Na verdade, com certeza, é a ausência do futuro. Quem morre, rouba. Rouba sonhos, esperanças e planos. Quem morre, mata a vida viva e a vida que já é morta. Afinal, para alguns, alguns são sua vida. E sem vida, acredito eu, não há como se viver. Mas os que morrem são perdoados. Essa história de "pra sempre", ainda não contempla aqueles que são só mortais. Estou no Norte! Na verdade eu sempre estive no Norte. Errado eu estava. Corrigido eu fui.




"Luz em excesso impossibilita a visão."

Trans[formar]~

Eu só quero alguém que tire da minha cabeça o maldito vestibular.
Só quero parar de conjugar, sem parar, o verbo estudar.
Eu estudo.
Tu estudas.
Ele estuda...
E isso é que é ruim.
Tu estudas e ele estuda.
Então, tenho que estudar mais do que tu e mais do que ele.
Além de estudar, estudar, estudar...
Há, ainda, as dúvidas que não cessaram.
O que fazer?
Onde fazer?
O fato de estar divido entre o que dá dinheiro e o que dá prazer, me faz ficar mais inquieto e agoniado do que já estou.
Por que não posso ter prazer e dinheiro ao mesmo tempo?
Agora entendo por que prostitutas costumam não desistir de sua profissão.
Estou com sono.
Acho que não estou bem.
Espero que ao dormir, não sonhe com o maldito vestibular.

"kkkkkkkkk! Escrever merdas é muito, muito divertido."

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

[Procurado]!~

Procura-se um amigo que esteja sempe ao meu lado. Sonhando, voando, pisando no chão junto comigo. Procura-se um amigo que hoje eu ainda não vi. Procura-se aquele. Aquele que quando está por perto, o preto e o branco tornam-se o colorido que sorri pra gente lá do céu. Salienta-se que esse amigo existe e, sempre que pode, está ao meu lado.


"São nuvens? Não. São doces algodões cujo sabor eu desconheço."

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tem[po(r)²ada]~

Hoje eu quero gastar meu tempo com bobagem. Curtir a malandragem de uma idade que daqui a cinco segundos já passou. Hoje eu vou dar um pontapé no meu medo, fechar os olhos e sair abraçando os medos que eu sempre quis ter. Vou pegar minha passagem, e levar pra ilha deserta aquela pessoa cujo nome eu sempre quis pôr no velho caderno de perguntas. Vou sair esbravejando por aí que tô de mal com o tempo, por tudo que ele não pôde me proporcionar. Vou sair tamborilando na barriga da vida, fazendo cócegas até ela gargalhar. Voarei alto cantarolando desde as cantigas de roda até a música que hoje é moda, vou voar voar voar. Dei um soco na cara do tempo, e desmaiado ele ainda deve estar. Mas agora deixe-me ir porque o tempo está passando, ao mesmo tempo estou sonhando, tenho medo de a gente acordar.


"Faz tempo que o tempo me dá um tempo."

domingo, 18 de janeiro de 2009

[mó!]vimento~

Eu não gosto de tudo muito parado.
Eu gosto de movimentos, cores e sons numa miscelânea qualquer.
Eu gosto de fazer da noite dia, do dia noite ou torná-los um só.
Gosto de desrespeitar horários, fugir do controle, quebrar a regra.
É bom ser regra.
Vez ou outra, bom mesmo é ser nada.
Ser só mais um número da grande massa.
Ser só ação, só pensamento.
Ser só mais impulso daqueles que quando se olha, já foi.
Bom é ser calmaria e explosão.
Bom é ser toque.
Bom é ser um estoque de vontades.
Quando der na telha, subir no telhado e gritar.
_Eu sou do mundo!
É tempo de sonhar.
É tempo de mudar, sentir a vida deslizando em pensamentos e fatos leves e eufóricos.
É tempo de romper com a monotonia e namorar a emoção.



"Pessoas inteligentes cresceriam sem crescer."

sábado, 17 de janeiro de 2009

Ro[ti]na~

Tem coisa que é só rotina.
São círculos rotineiros - estranhamente viciosos.
São só automações.
Sinonímia ligada a versos e reversos.
Díspares emparelhados.
Costuma-se ter o costume.
É apenas um tic-tac, novo de novo.
Onomatopéias.
Passos, gestos, sons.
Da minha maneira crio o meu jeito.
Conquisto meus trejeitos.
Geram a minha identificação.
E agora minha função é definir.
A sua função é discordar.
Só então, rotineiramente dormir.
Para hoje mesmo, rotineiramente acordar.
Num estridente grito, em inaudível som:
_Até mais ver! - como de costume.



"Eu só quero que você seja constante. Só."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Res[pirar]~

Constante.
Ininterrupto - na maior parte do tempo.
Respirar. O ar.
Indo e vindo, pausadamente.
Dizem que não, mas é sólido.
Apressadamente, lentamente.
O ar explica a emoção.
Respirar é emoção.
Tão comum, tão necessário.
Por vezes, imperceptível.
Na falta o percebemos.
Necessita-se do ar.
Doar.
Preciso ser breve.
Portanto, licença.
Eu preciso respirar.
Porque meu ar tem nome, codinome e cor.


"Um minuto sem ar. E agora, entendeu o seu valor?

pésem[cabe]ça~

Fato é. Ponto.
Ponto de vista também é, porém pode não ser.
Deus é pra um; não é pra outro.
Provas?
Não.
Pá! Ponto de vista.
Nada interessante.
Fato?
Dúvida.
É fato.
Ponto.


"...você não iria entender mesmo. _ Disse ele."

Tal[vê]z~


É como olhar para os dois lados e nada ver.
Olha-se ao seu, olha-se ao do outro.
O que vê-se não passa de mera vontade, burlada pela desconfiança do que um dia pudera acontecer.
Procura-se, se procura, procura.
A cura nunca vem; não veio até aqui.
O que se quer não se tem, talvez nunca terá.
O que se quer dizer, o que deve ser dito, talvez sim, talvez não, não é proferido, através do som não, nunca foi, talvez nunca será.
Quem deve ler, talvez, jamais lerá.
Quem deve entender, talvez, jamais entenderá.
Talvez um dia a gente se veja.
Talvez você entenda o que é ver.
Talvez eu acorde e te veja, então nada mais haverá, talvez.
Talvez há, talvez nunca houve.
Talvez eu sinta você.
Talvez você me sinta.
Talvez.


"Há aqueles que escrevem apenas pela vontade de ter."

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

pret[obra]nco~


Quando a luz é apagada subitamente, a função dos nossos olhos é acostumar-se à escuridão. Há aqueles que se adaptam de forma rápida, quase tão rápida quanto à velocidade com que a luz se esvai. Existem os que demoram bastante, tanto que, por vezes, a luz retorna e ainda assim, enxergam o negrume, a ausência do que é claro. Claro que também há os que se acostumam à escuridão – os olhos podem até voltar a ver o branco, mas a pessoa ainda é breu, passou a ser, não quis ver. Esses são aqueles que se acomodam; aqueles que se assustam com a idéia de ver melhor. Talvez por medo, porque como sabemos, há lugares que possuem espelhos. Será que são todos os dispostos a verem o seu reflexo? Talvez não. E o pior são olhos que jamais foram escuridão, que jamais foram luz. São os olhos da penumbra qualquer, acostumados e acomodados a viverem à meia-luz, velando uma sombra incompleta, sem ter ao seu dispor sequer uma vela ou um foco luminoso qualquer.


"Um é a luz do outro. O outro?"

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

[Palavra]ndo~

Puta que pariu!
Eu ando pensando em como um bom palavrão dito no lugar e na hora certa pode acalmar, deixar as coisas mais suaves. Não há nada mais confortante do que mandar seu melhor amigo ir tomar no cu quando ele, porventura, conta um segredo seu. Não há nada mais prazeroso do que mandar o mundo ir se fuder quando todo ele é contra você. É tão instigante a idéia de olhar pra’queles idiotas comentadores da vida alheia e gritar veemente: vai à merda! E é fato que o palavrão não é só dito da forma estúpida ou malevolente. Se faz muito tempo que não vejo um amigo, é praticamente irresistível a expulsão de uma expressão como esta: “Vai se fuder, meu irmão! Que saudade de ti.” Ou simplesmente gritar da forma mais estridente possível, inaudível apenas àqueles que realmente não querem escutar, um “Caralho! Passei na porra do vestibular”! É realmente muito bom. E não venha me dizer o contrário.
Aos polidos, desculpas. Mas a vida não é tão boa sem boas pitadas de expressivos palavrões.




“Não importa como soa para você. Dessa vez eu não tô nem aí.”

[Mel]osidades~


Não me convide pro jantar. Hoje não tô nem aí para você. É fato que é só em você que eu sei pensar. Mas hoje preciso estagnar minha necessidade que me faz ceder. Vivo tentando te lembrar que o teu pilar é aquele que ao teu lado sempre está - que vive ao teu dispor. É tão fácil me tomar. Num estalar de dedos ou com um grito qualquer, eu volto a ser seu. Mas hoje eu prefiro não jantar. Você me faz perder a fome, meu nome, minha cor...



"Todo mundo, um dia, é meloso, melado."

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

In[certeza]~


E como é bom dormir em paz, sem se preocupar em como vai ser o dia amanhã. Como é bom inspirar e respirar alegria de pulmões que, no momento, são só emoções, boas emoções. Quando o tempo passar, e todas as manchas que escurecem o nosso coração e o nosso humor tiverem sido apagadas, talvez eu grite bem alto o motivo pelo qual tantas vezes me pus a pensar e agir contra mim, contra a minha vontade. Talvez eu saia cantarolando juntos àqueles que me farão bem, tão bem.



"É tão bom sair andando por aí sem sair do lugar."

[É]la~

Ela consegue ser o mais próximo de mim.
Ela discorda, ela concorda.
Ela acorda antes de mim.
Ela jura que me ama.
Eu faço essa jura – também.
Ela é da minha cor.
Ela não tem o meu humor. Tem.
Eu a inspiro.
Ela me inspira.
Eu respiro, ela também.
Num único compasso.
Ela é louca. Eu?
A gente está junto ainda que não esteja.
Eu sou ela. Ela, eu.
Eu sou.
Ela é.
Nós somos.
Um.



“E há aqueles que ficam, ainda que não mais permaneçam.”

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

[Lê!]tras~

Eu apenas gosto de colorir o papel.
O branco do papel me é mais feliz com o negrejar em pedaços que lhe é depositado.
Compartilhar. Um fato. Um conto. Um lapso.
Com um lápis e um papel, talvez seja tudo bem mais fácil.
Contar. Confessar.
Sem a caneta e o papel muitos sorrisos seriam sacrificados.
Sacrificados ou inexistidos.
Gestos.
Lágrimas.
Continuações.
Do contrário tudo poderia ser muito abafado.
Quieto, calado.
Um fato: linhas de tintas num papel, ajudam a delimitar um ponto final.
Ou ao menos parte dele.
Partindo.
Ponto final.



"Morda a caneta do seu amigo. Ela acaba sendo sua."

[Tu]do~

Hoje eu não tenho nada a lhe oferecer.
Nada além de tudo o que já te dei.
Nada além das frases que jamais verão o sol.
Nada além dos gestos que serão, para sempre, impulsos inertes.
Nada.
Além do tempo meu – seu.
Além de agora.
Além da certeza – do nada.
Eu posso te oferecer tanta coisa.
Na verdade, nada.
Sequer verdade.
...



“Tanta coisa se movendo, eu aqui. Parado.”

domingo, 11 de janeiro de 2009

[Gay]zando~

-
Uma definição:
Gayzar - cometer atitudes de gay; dar bichada.
-


Jeff "] diz:
aqui tem tanta coisa gostosa ;B

' W a r i s o n R e m í g i o diz:
XDD

' W a r i s o n R e m í g i o diz:
aí tem oq?

Jeff "] diz:
diga aí alguma coisa gostosa!

´W a r i s o n R e m í g i o diz:
você ^^


"P.S.: Ele gayza assim sempre, mas eu o amo."

[Nada]ndo~

-
Uma definição:
Nadar - ato ou efeito de fazer nada.
-
Na falta, qualquer incerto é perfeição.
O errado é certo.
O torto é reto.
Até o branco é preto.
Criam-se novas direções.
Mudam os ângulos para enxergar.
Sair torna-se chegar.
Procura-se apenas um pedaço que possa preencher a lacuna qualquer.
Só quer um calço qualquer para o nível maior alcançar.
A intenção não é agradar.
A meta é cumprir a meta.
Ver “a arte pela arte”, numa tela qualquer.
.
.
.
"Quantas páginas faltam pra acabar esse livro?"

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sent[indo]~


Os dias têm sido mais curtos.
As noites longas demais, mas nem tanto assim.
O calor do sol, muito não tem me atingido.
Todavia continuo a queimar-me silenciosamente e só.
Faço minha vontade ou minha vontade é quem me faz.
Ultimamente tenho estado em muitos lugares.
Permanecido em lugar nenhum.
Tenho sido de muitos e para muitos.
Para nada ou nenhum.
Dá medo de que no final eu não tenha para quem gritar.
De que não tenha onde ficar.
Mas calcular demais, pensar demais antes de agir, torna tudo muito frio.
Até congela os pedaços de emoção.
A vida é fugaz.
Deixar a vida passar em branco é fuga.
Eu prefiro saltitar em passos soltos. Namorar a falta de noção.
Fazer tudo com muito nexo me dá azia.
Fazer tudo com muito sentido, má digestão.
Acabei de comer.
Sentido?
Pra quê?
_Sentido!
_Direita volver!

_Descansar!







"Por que não se pode pular demais? Porque a enfermeira tá mascando chicletes. _(risos)"

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

[Medo]nho~

O medo?
Medo do escuro.
De nada de tudo.
Medo de ficar dum lado; do outro.
Medo de ficar em cima do muro.
O medo pára as pessoas.
Elas não têm medo.
O medo é quem as tem.
Medo de ficar só ou de seguir.
De prosperar, falir.
O medo causa afasia; é estridente.
O medo causa tremor.
Temor.
O medo causa dor.
Rende estórias, histórias e pessoas.
Elas se rendem.
O medo cerra janelas, portas e corações.
O medo serra os pulsos.
Subitamente, lentamente sem esperar.
O medo.
Medo que traz esperanças – acabar.
Medo que frustra – continuar.
Medo da vergonha; dá vergonha.
Medo de verdade; da verdade.
Fazer medo por maldade.
Ter medo de maldade.
Da idade.
Fugir do medo – dá medo.
Buscar o medo – me dá medo?
Isso dá medo.
O medo de ter medo é que o faz; o traz.
O fazemos, o trazemos.
Medo da saída, da chegada.
Medo do fim.
Medo que passe.
Medo que não passe.
Medo que não passa.
Medo que já passou.



"Medo - e só"

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

É [só]~

[...]
Mas no final todo mundo fica só.
Ficar só é bom – às vezes.
Solidão é ruim.
Todo mundo precisa de um tempo. Só.
Junto de tantos e só.
Acompanhado e só.
Sozinhamente acompanhado.
Falar.
Andar.
Fazer.
Só.
Diminutivamente sozinho.
Correr, pular, gritar...
No final do dia. No começo do dia.
Você. Só.
É começo de dia.
E eu? Só.
Agora vou dormir – só.
Por hoje é só.



“Além de você, no final, restará você. É só.”

Pai[xão]~

Eu andei pensando hoje.
Eu vivo pensando.

Quando se está apaixonado, quando se adora, se ama alguém tudo fica muito bonito.
As pessoas tornam-se personagens pitorescos, idealizado e pintados à tinta óleo.

O resultado é perfeição – isso, porque não se encontra outra palavra.
O feio é bonito. Muito bonito.
E o que é feio?
Não há.
Os defeitos são apenas trejeitos. Eles são partes daquela pessoa. Daquele que, agora, é e para sempre será visitador oficial dos seus pensamentos. Será?
Defeito.
Defeito é uma palavra perfeitamente escassa no vocabulário dos apaixonados, daqueles que só enxergam colorido. E preto e branco só a mistura de cor e raça, que junto à pele impregnadas estão.
Não há ninguém mais bonito no mundo do que aquele ou aquela que sempre está. Ainda que não esteja.
A verdade é que cada apaixonado cria o seu mundo. E ninguém além dele é dono de lá.
Os apaixonados têm um paladar açucarado. Tão doce tão doce.
Os apaixonados são um só. Ou os apaixonados é um só?
Se paixão não fosse fugaz, talvez não seria tão desejada.
O que seriam dos apaixonados sem o coração tamborilando dentro de si, ou sem o frio na barriga subindo até o pescoço?
Não seriam apaixonados.
Não seriam.



"Como são belas as pessoas que a gente ama."

Madrugada[mente]~

Gabriel Vasconcelos. diz:
kkk
Jeff"] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
o que foi?
Gabriel Vasconcelos. diz:

E essa frase jeff?
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
estou ouvindo uma música.. e estou apaixonado.
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
=D
Gabriel Vasconcelos. diz:
Por quem?
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
ainda num sei.. mas estou.
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
pelo eu lírico, eu acho.
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
AHiHAuUIHAuhUIAhuhAUIA
Gabriel Vasconcelos. diz:
kkkkk
Gabriel Vasconcelos. diz:
doido
Jeff "] - Case-se comigo, meu amor (8) diz:
sou apenas um sonhador =]



"Eu conto até dez. Eu só conto um."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

S[eco]~

E quanto tempo é possível calar-se e enganar-se?
Até que ponto vale apostar no silêncio?
Por quanto tempo o medo será o dominador de si?
Quantas palavras engolidas a seco.
Quantas lágrimas derramadas em vão. Escondidas.
Um turbilhão de frases que chega até a boca.
Só até a boca.
Não há como ir até a boca - boca.
Agora não.
Nunca.
Talvez.




"Sem máscaras todo baile é à fantasia. É fantasia."

[Saudade]s~

Um pouco de saudade é bom. Não faz mal a ninguém.
Mas tem aquela saudade que queima, dói.
Tem saudade que serve como ócio.
Tem saudade que é ópio.
Há a saudade programada.
Há até saudade com data marcada. Começo e fim.
Saudade infinda.
Saudade inesperada.
Saudade da saudade.
Saudade dá saudade.
Distância causa saudade.
Saudade encurta distâncias.
Saudade alonga o tempo.
O tempo é por si só, saudade.
Alguns são saudosos demais.
Outros nem sentem saudade.
_ E há quem não sinta?
Saudade é salgada.
Às vezes causa pressão alta.
O fim da saudade é doce.
Doce mesmo são o abraço e o beijo apertados que fazem puros tornarem-se criminosos.
Assassinos de saudade.
Saudade de um dia.
Saudade todo dia.
Saudade.
Idade.
Fim.
Ai, que saudade!



“Eu juro que não há como não ter saudade de você – até sua presença me dá saudade.”


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

C[éu]~

[...]
Eles falavam sobre o Céu.
Ele dizia que as cores do Céu determinavam o seu estado – fugaz. Sempre.
Eles falavam embaixo do Céu. Quase sempre.
Quando não, davam-se as mãos, fechavam os olhos e voavam.
Do céu. Além.
Em cima, sem titubear, ele perguntou qual era a cor do seu Céu naquele dia.
O dia ainda não havia acabado.
O Céu para ela já tinha sido azul, da cor do breu e sem cor.
Ela não tinha Céu. Ao menos era esse o seu presságio.
Dissiparam-se nos comentários sobre cores. Vãos.
Felonia ou mero impulso, ela se jogou ao chão.
Desta feita ele não entendeu. Não era de o seu feitio entender.
Ele não tinha razão.
Ela tinha um Céu.
Mas tinha um chão – de todas as cores que o Céu pudera ter.
Ele a içou.
Ela o soltou; se jogou.
E caiu.
O Céu era enevoado, nem cor mais possuía.
Era da cor do chão. Só isso ela via. Só isso o Céu refletia.
Ele abriu mão do Céu. Abriu as mãos no Céu.
Caiu.
Junto dela estava ele.
As cores estavam em cima.
Mas a cor, aquela cor, estava embaixo.

...


"E que meu Céu não tenha todos os dias a mesma cor."

A[par]ência~

Ainda me intrigam as diferentes faces, com diferentes expressões faciais que se colocam frente a frente – ininterruptamente, nos mais diversos momentos que se vive; ou não se vive. Desperta-me curiosidade tentar perceber se dentro dos sorrisos há realmente sorrisos ou simplesmente um eco do som oco, vazio – aquele que nada possui. Os ângulos justificam as opiniões. Mas talvez uma imagem ofuscada impossibilite uma visão justa, correta. E quem, por apenas impressão, consegue ser só e apenas justo? Eu não sei. Quiçá você também não saiba. Caso sim, dá um grito ou bata na minha porta, que eu serei apenas ouvidos. Dessa vez, só e apenas a lhe ouvir.


“Há um enorme espaço entre ser alegria e querer parecer.”

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Madrug[ando] ~

É madrugada.

O sono e eu estamos distantes um do outro.
Assim como alguns que perto deveriam estar.
Eu ando pensando como a falta de reciprocidade, causa falta de dependência e estado involuntário de platonismo profundo.
Até quando alguém está disposto a agir para o outro e somente para o outro, sem nada querer por isso?
Quanto tempo leva para alguém perceber que ser importante para alguém é algo casual, mas terminantemente concreto?
Quantos sorrisos alguém está disposto a sacrificar pelo sorriso do outro?
Doar, doar: nada receber.
Para o outro apenas ser, estar, permanecer.
O outro nada é [para o outro]. Ao menos nada quer ser – não parece.
Talvez nunca o seja. Talvez seja tarde – demais.
Alguém estará cansado no final.
E nem todo fim acompanha um novo começo.

Ainda é madrugada

Fim.



"Quando eu viver apenas memórias, é esse tempo que quero viver."